O Babado do divórcio
Márcia decidiu que não quer mudar de casa. Muito trabalho escolher outra, e além do mais, teria que mudar às pressas para futuramente mudar de novo para conseguir ter um lugar pra ficar com o novo namorado, já que o filho e o namorado não se batem muito. Na verdade melhor mesmo seria se o filho casasse logo.
Roberto pediu metade da casa, no caso de não a venderem. Por isso Márcia lhe deu o carro e mais algumas dezenas de mil reais. Agora, Márcia está sem carro, aprendendo a andar e ônibus e descobriu que já não se entra mais por qualquer porta. E que ela já não passa mais embaixo da roleta
Com o dinheiro da venda do carro, um Doblõ 2004, e com mais as

dezenas de mil reais da casa que ficou com a ex-mulher e com os filhos (é que não tem como ter ex-filhos) e com a cachorra (que também é como um filho), Roberto vai comprar uma outra perua escolar pra trabalhar melhor. O preço da van é quase proporcional à uma casa de porte simples. Logo, é um casa com rodas e para crianças barulhentas que moram em casas com preços bem mais escandalosos do que a van que Roberto pretende comprar.
A cachorra está perdendo pêlos e com vermes. Bom, essa é a desculpa que Márcia e Roberto dão em conjunto pra justificar tanta fome. Tomou banho mas não fez tosa (brigas e mais brigas porque Márcia se sente ameaçada por tantos pet-shops cobrando mais caro uma tosa de cachorro do que ela cobra pra cortar cabelos) e 45,00 reais para Roberto perder num cão é demais.
A filha está para pegar DP na faculdade que ela nem descobriu ainda se quer cursar. "Tudo bem filha, escolher uma carreira é difícil mesmo" ela ouve dos dois lados. Mas ambos, mãe e pai concordam que se for para parar de fazer faculdade é melhor parar logo.
Enquanto tudo isso acontece, Kéroly leva sua cachorra gordinha pra passear.