o mundo pequeno.
domingo, dezembro 25, 2005
  Então foooi.
Natal. Forte. Puxado eu diria, mas bom. Muito bom.

Meio pela metade, meio cortada no meio e lançada ao meio daquele meio mundo que corria em busca da meia felicidade confortável. Às vezes não é fácil querer levar o mundo nas costas, porque obviamente não se achar outro ser perfeitamente forte que leve você nas costas sendo que você leva um universo com você. Às vezes seria bom se eu soubesse me soltar.
Silent night. Tired, too. Mas uma noite linda, sabe?
Mesmo com toda a conturbação parece até que me pouparam, veio cheio de grandes energias boas mesmo que eu achasse que tudo estava completamente fechado no céu que não parava mais de fazer chover.
A noite foi assim. A madrugada foi com sensações pequeninas e agradáveis de paz. O dia foi de conforto, assim, encaixada. É, você não estava errado, porquinhos também apagam mas como mariposa eu sei acender de novo.



Então, eu fecho os olhos, "visto" meu super-ultra-mega fone de ouvido novo e fecho os olhos, tento fugir só pra não me obrigar a caber dentro de mim. Muita coisa junto. Mesmo quando muita coisa é coisa boa.


Sim. adoro quando pegam minha mão e me levam pra longe.
Feliz Natal, pequeno mundo. Porque no Natal os primeiros pensamentos da madrugada são sempre doces e inesperados e as risadas são muito mais abençoadas. E feliz natal para aquelas pequenas pessoas importantes que dividem minha alma e coração e fazem tuuuuudo se ajeitar.
 
quarta-feira, dezembro 21, 2005
  Não. Eu não sambava em vão.
'se eu vivesse minha vida de novo, esqueceria mais vezes meu guarda-chuva'.

Sei lá, mas eu fico pensando nessa mania de começar os textos com "sei lá". Eu levo aquela regra da professora de redação "não escolher um lado às vezes é bom", bem ao pé da letra. Manias. Sejam elas assim manias de ponto final. Ou "..."...
Talvez seja só porque cansa escrever na terceira pessoa. Cansar não, manja? Eu escreveria assim 24h por dia porque esta sou eu, fazendo filmes. Mas é ruim porque o impessoal nem sempre é fiel a ideologia.
Às vezes chove muito. Muito. E como mora dentro e o telhado tem buracos; às vezes molha tudo. Aí você me pergunta: "mas então o lugar nem é iluminado?". É, tem uma luz própria que apaga quando chove porque molha a fiação e ai queima. E mulher não tem o dom da iniciativa para trocar lâmpadas.
São épocas, mas eu olhei para a chuva e para o trilho do trem... Olhei e não foi só uma vez. Algo aqui dentro pulsava e eu pensei "noossa, então é isso que se sente?".E apaguei, desde lá. Desci do ônibus e já não era a mesma. Estranho né? Às vezes chove muito.

Senti mesmo. Dizia "better run, run, run to me". You're someone else, and I'm still right here.



E Jonny Cash bate estranho. Triste.


***Uma vez eu li que o signo de virgem não trocaria lâmpadas, ele olharia para ela e ficaria lá pensando quando ela custou, quanto vai custar, quem vai trocar, quem vai pagar.
 
sexta-feira, dezembro 16, 2005
  Sofia. Ela não morava mais ali mesmo.
Então ela nem estava tremendo, seus ossos não estavam fracos e sua respiração não estava ofegante. Andou por toda a casa, passou pela avó que tricotava, pelo irmão que estragava alguma coisa alheia, pela mãe que escolhia feijão. Passou por eles, várias vezes. Nada confortável ela parou e notou que não estava. Simplesmente por não estar.
Procurou alguma parede que pudesse ouvi-la mas nem mesmo para as paredes ela conseguia confessar essa vontade louca de não ser mais simplesmente feliz.
Procurou na internet algum canto que progetasse nela um pouco de calmaria. A angústia estava dentro do peito, e parecia que não sairia dali nem se fosse retirada com a mão.
Tomou um longo banho e tentou achar fórmulas que fizesse o tempo passar mais rápido. Ele ainda não estava pronto. Mas ela estava. E ele passou, já que não poderia ser diferente.
Deitou e colocou o relógio pra despertar às exatas 4 da manhã. Acordou, pegou um punhado de roupa, juntou na sua bolsa mais esquecida, se vestiu daquela exata maneira que qualquer um que a visse saberia que ela não pensou, em nenhum momento sequer, em que roupa usaria.
E foi, procurar aquilo que lhe faltava, algo que a fizesse esquecer daquela angústia. Que já se tornara repetitiva. Um lugar para pousar ou um céu mais bonito para voar. Qualquer coisa que a fizesse saber qual é o gosto de um colapso de adrenalina, de novo. Custumava ter um gosto.
Compensava tentar já que custumava ter um gosto.
 
quarta-feira, dezembro 14, 2005
  Durante o almoço.
Macarrão com atum.

vó: eu fui lá ontem, e ela tava feliz sabe? ela e aquele gato, sabe, aquele que eu te disse, aquele que se dá bem com o cachorro?
mãe: ahhh, sei, aquele preto.
vó: esse mesmo. o preto.
kéky: o gato preto ou o cachorro que era preto?
vó: não era. é.
kéky: o gato? ou o cachorro?
mãe: foi uma moça lá hoje também, abatida coitada.
kéky: ãhn? foi onde? no salão?
mãe: não, na feira.
(as duas riem)
vó: é. é difícil mesmo começar de novo.
mãe: mas ela tava bem, até tingiu o cabelo...
kéky: passa o palmito?
mãe: tá mais perto da vó
vó: de que cor?
kéky: quem tingiu o cabelo?
mãe: aquela que o marido gostava.
kéky: que marido?
mãe: aquele que morreu.
kéky (num lapso mental): muita gente tá morrendo né?
vó: é. se tá vivo morre né?
kéky: eu sei, mas é muita gente que tava viva, e perto da gente.
mãe: eu não tenho nenhum morto perto de mim.
vó: ahh precisava ver os pasarinho comendo banana lá no quinta hoje.
kéky: mas quem era a mulher?
mãe: uma ai. e esse macarrão tá mesmo muito gostoso.
kéky: e foi o marido dela que morreu?
mãe: nãão, kéroly. o cachorro.
(as duas riem de novo).
kéky: lembra quando as pessoas morreram por comer palmito? lembra mãe?
mãe: ahh kéroly. na hora da comida não.




oh céus.
já que nada seria mesmo se não fosse.
 
terça-feira, dezembro 13, 2005
  é, não é?
se existisse uma fórmula ela com certeza não usaria. tendo em vista que não são componentes simples e quando eles se embarassam ela se desespera e coloca o número errado, aquele mesmo que deveria ir no lugar daquele outro que, por sua vez, deveria ocupar a posição do último elevado ao quadrado. e no final esquece da unidade de medida.
a unidade de medida esquecida é literalmente o fim.




literalmente o fim.
ok, pode rir agora.
 
sábado, dezembro 10, 2005
  Sofia não moraria mais ali.
Um dia ela acorda e nota que pela primeira vez em sua vida ela se encomodou com o barulho anormal que vem da casa ao lado. Levantou-se e desceu, sua mãe lhe pediu que fosse á quitanda e ela pela primeira vez, não reclamou. Foi ouvindo suas músicas no mesmo walkman velho que ganhou do irmão mais velho que tinha ganhado do primo. Mas não ouvia nada. Andava pela rua e pela primeira vez não mandava nos seus passos. Eles já eram automáticos mesmo.
Voltou e encontrou seu pai, lhe disse (pela primeira vez) que não queria almoçar na casa da tia chata e ele (pela prim...) entendeu. Tudo absolutametne em seu devido lugar mas tudo, drasticamente, fora dele.
Alguém jogara dados durante toda noite em seus sonhos, bagunçando-os de forma cansativa e exaustante. Não sorria pois, já não havia mais pelo quê sorrir. Nem mesmo os passarinhos voando sobre a árvore amarela da praça atrás da sua casa, tinham graça. Alguem havia jurado algo pra ela, mas não se realizaria. E ela sabia.
Tentou fazer tudo voltar ao seu devido lugar puxando briga com seu irmão que brigaria com a sua mãe e a casa viraria um inferno e ela teria pelo quê chorar. Mas não deu certo, também. Naquele dia, ela soube. Teria que partir. Partir em busca do sorriso, procurar o desespero parta poder remar em direção do sussego.
 
quinta-feira, dezembro 08, 2005
  Pra não dizer que já não era esperado.
Talvez seja uma sombra do medo que o futuro que se aproxima mesmo estando meses de distância de mim; talvez seja a TPM porque ela faz mesmo isso com a gente. Talvez seja mesmo fato que um dia você cansa de não ter o que fazer (mesmo quando tem vários cômodos da casa para limpar) e cansa de não ter outro mundo lá fora. E as pessoas vão dizer: "calma, oque é teu está guardado". Tenho cede. Repito oque coloquei no blog do teatro (www.teatroinsano.zip.net). Tenho cede mesmo. Quero muito correr, sabe?

Quem sabe não era verdade. E oque me foi que... Eu vou ser formosa e vou ter oque pretendo se correr trás disso agora (by moço que dizia vááários "esse"). Mas é fato que tem uma hora que você quer mesmo é se soltar. Ser machucada pelo mundo, entrar no túneo no escuro e seja oque Deus quiser. Vontade de não ser mais tão pequena.

O duro é saber a hora certa. Se as lagartas sabem, porque eu não posso saber? Tudo bem, às vezes eu não sei exatamente porque o momento não chegou mas... Eu ainda sou porquinho e para um porquinho eu já sei me virar! Acordei tarde, assim de preguiça. Acordei e fui à feira. (né...??) . Tinha que passar também na farmácia. Mas a farmácia mais próxima era do "cara da farmácia" e eu não tava com saco, vulgo falta de vontade. Ai fui em outra, beeeeem longe. Com meu diskman andando e olhando em volta do bairro que eu custumava conhecer tão bem e hoje olho como se fosse outro mundinho paralelo. Olhei as casas e pensei qual delas seria minha. Minha mesmo. Se seria um aluguel. De trinta e dois anos, que depois meus dois filhos comprariam; ficariam com ela apenas pelas lembrança dos bons dias que passamos lá e eu vou estar com ele, num lugar já bem calmo. Onde a gente iria voltar a ser "a gente" de novo. Com um quarto só para todas as fotos de todas as estréias. Que sim, serão muitas.


Sentados lá, com o olhar sereno de que sabe que "esse" acertou "esse" destido "desse".
 
quarta-feira, dezembro 07, 2005
  era pra ser bem divertido
Era mesmo. Natal e todo aquele resto. Eu adoooro meu aniversário mas o natal tem gosto especial. Desde criança, eu implantei em mim que seria um dia especial. Acordo cedo, vejo desenhos de natal onde tem neve (e na grande maioria das vezes está calor...) e penso, durante tooodo o dia em que roupa eu vou vestir. Embrulho os presentes de amigo secreto e tal. Fico com o elular na mão. ando pela casa da minha vó como uma barata tonta que não sabe oque fazer de tão confortável que sempre estou. É tese, crianças quando estão confortáveis se sentem à vontade para brincar.

Mas aí deu no que deu. pais separados e essa é a merda... Com quem passar a droga do natal? Viu?? Já é uma "droga de natal"...
E eu até sonho com isso. E eu realmente acho que merecia que fosse completo. Se eu pudesse tirava todo mundo que carrego dentro dos meus bolsos e faria com eles uma festa particular... Agora não dá mais para usar a maldita saia vermelha com o sapato preto de bico fino. Raiooos!

Quando chega a meia-noite eu sempre desejo que pare. E dure mais de uns minutos. Porque é mesmo só uma vez por ano. E sempre ligo para 29 pessoas diferentes. Agora vou ter que ligar pra mais de 40.

Não gostou? Nem eu...
 
quinta-feira, dezembro 01, 2005
  Envelope Vermelho
Tendinite:

"Por isso peço que volte, mas que não passe correndo; que eu quero te olhar de perto. Bem perto. Deixo aqui um olhar, daquela que agora é sua".

" Porque eu olho pro teu lado da cama e só vejo um gato. E eu nem gosto de gato! (...) E volto, de lá- sozinha, para a casa e para o gato".

"Claro! Porque você foi embora no seu momento certo de partir".

"E quando você dizia aquelas frases que começavam com 'você é que...' e terminavam comigo sendo culpada... Eu só pensava no seu cabelo, curto, e feio".

"Porque você chegou e agora eu não sei oque faço com essa calma".


Amanhã. A maratona de entrega.
(sweet dreams, sweet lucid dreams)
 

Minha foto
Nome:
Local: São Paulo, São Paulo

aquela do lugar onde as coisas andavam mais devagar. se mudou e recentemente pega o metrô cheio da linha vermelha.

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