o mundo pequeno.
sexta-feira, março 31, 2006
  no caminho para casa
Ninguém te disse que seria fácil, nem te avisaram que seria tão difícil.

.Ela não foi a primeira da lista, nem a primeira a ganhar a música que pra ela você dedicou. Não foi a primeira que te fez parar para sorrir, você já sorria antes. Não foi aquela que te fez levantar disposto, não tirou as nuvens do seu céu, não te puxou, empurrou, ou te fez correr.
Não foi a primeira por quem você quis se apaixonar, quem você queria que te levasse para casa ou pegasse sua mão. Da paixão dela você retirou algumas boas frases, algumas trocas de detalhes perfeitos e só. Acabaram-se aí os motivos pelos quais você poderia vim a amá-la de um jeito assim, composto de dois. Fim do jogo, e como um bom jogador, jogar é que importa.
A estrada se fez de paralelepípedos, choveu forte, e você nem gosta tanto de chuva como ela. Os destinos foram invertidos e de repente. Pum! Se desfazer dela foi mais fácil do que você imaginava que seria.
Ficou o resto daquela pequena ''qualquer-coisa-que-seria'' para trás e pronto. Caminhemos de novo até o carro, pegaremos a estrada e cada coisa em seu lugar.

Na verdade demora mais pra falar do que pra pensar.
Ela é graciosa o suficiente para fazer você parar mesmo que, por ironia do destino, ela nem tenha tanta graça pra você quando vista assim de perto. Mania de vírgulas, que mania absurda...mente lógica, ela é lógica. Mesmo sendo triste. Ah! Pronto! Você se perde nela de novo. Dali por diante você levanta disposto, se faz pronto para qualquer comando, seja ele um empurro ou um puxo ou um salto. Como quem espera sempre um novo acorde; você repara na dança da coisa e lá está você, ao lado dela, naquilo que você achou que nunca sentiria: conforto. E é por lá que você se orienta, o mundo feito à quatro mãos.



. o itinerário idealizado que é improvisado com detalhes.
 
domingo, março 26, 2006
  do fim de semana desta que foi.
A semana toda foi cantarolada por "Ana e o Mar", na sexta fui até o shopping e pedi pra moça ingressos, ela, muito educada, me diz que não tem mais meia. "Como não tem mais meia??? Eu não posso pagar inteira porque, sim, 7.50 faz falta pra mim!". Com dó da minha dor, meu pai foi até o municipal no outro dia e comprou, sabendo que eu não poderia por estar em ensaio. Teatro Mágico, aha! Eu disse que veria vocês um dia.

Talvez eu realmente não estivesse pronto daquela outra vez que chamei você. Dessa vez eu estava. Cansada e com a garganta doendo vi um mundo bonito de poemas e defeitos esdrúxulos. Tudo junto numa coisa só. Administração/contabilidade/R.H.; teatro insano e a tal emancipação repentina que me pediram, festivais e mais festivais, projeto novo. Novo. Caramba, pessoas invisíveis mas, sabe, eu gostaria muito de falar sobre o carnaval. Fim do ensaio. Chuva. Colo. Teatro enfim.

Lá você vê um mundo bonito, perde as estribeiras, amnhece brilhando mais forte que a estrela do norte. As músicas se implatam em você como semente, o espetáculo recorre como um recital de ideias e sorrisos contraditórios. Tem frases que eu daria pra mim mesma. Tem frases que eu daria pra você, do mundo de fora das coisas grandes.

De tudo isso eu retiro os 80 anos do meu vô; os detalhes que me emprestaram alegria. Como um metrô que vai parando e pegando mais e mais passageiros.


.A fé que você deposita em você e só.
 
sexta-feira, março 24, 2006
  Daquela tal filosofia - para espíritos inquietos.
Não fosse pela palestra do Luis Fulgante, talvez eu nem resolvesse gastar 10 folhas do meu bloquinho em uma hora. Não fosse isso talvez.
Visto de uma ponto neutro, você se move apenas (ou com apenas) aquilo que te faz querer mover; e é essa a grande verdade. 'Acontecimento é aquele que, sem o qual, o tempo não existiria'.

Pode ser entendido apenas por forças de destinos contraditórios, ou mesmo favoritários ao seu, que passam e assopram, influenciam ou dão a batida para o teu ritmo. Para quem não entendeu: imagine um campo acima do nosso onde só as nossas almas ocupam o espaço onde somos apenas luzes? Elas não parariam quietas. Essa é a grande questão. O que é que te inquieta? O que é que faz sua alma se mover?
Talvez seja na percepção periódica que você resolva ir no embalo; também é possivel. Outra maniera seria pelo impulso do passo de alguém; alguém que passou correndo, fez um vento e te empurrou.

A grande jogada, a tirada com essas miudesas da vida em movimento é achar oque é seu dentro do você mesmo. Deve-se encontrar o gosto, o jeito e os 'etcs' que te movem porque é essa singularidade que te constitui como sendo você. É o não necessitar de energias externas (ou necessitar o menos possível) por ser o criador e saber como coordenas a criatura. É sentir-se inteiro, concreto, imperfeito. Imperfeito, sim; como ser que questiona, interessa-se, inquieta-se.

A professora da Escola livre disse que você melhora, ('improve', palavras que você entende melhor em inglês do que em português), você mesmo quando melhora suas perguntas. O que é aquilo que te move quando você não tem vontade (ou necessidade) de levantar, ou sorrir, ou pensar, ou cantar, ou andar...?




É o tal do "Torna-te aquilo que és!". (Píndaro, grego e coisa e tal).
 
quarta-feira, março 22, 2006
  o plano de limpeza dos bolsos.
.onde já se viu o mar apaixonado por uma menina?.



Eu acabo de comer rápido e é sempre assim mesmo.
Eu acabo e como não te mais ninguém pra acabar, eu levanto e coloco, sob a pia, o meu prato. Olho pra Dara e penso: "qualéé a sua?". Ouço os gritinhos estridentes do Billy e penso: "ok, eu sei que eu supostamente era pra ser sua mãe; mas só essa mãe mesmo pra arranjar um porquinho". De manhã, o mesmo ritual. É difícil levantar sem saber que vai sentir cheiro de café da manhã. Mas eu levanto, sinto o cheiro da manhã e penso: "ok, let the stars fade away".
E o computador está meio de volta. Logo logo eu te mando aquela música.




.por que que o mar não se apaixona por uma lagoa?.
 
sexta-feira, março 10, 2006
  se alojou no meu peito, devagar. e não me deixa nunca mais.
.pois a rosa que se esconde, no cabelo mais bonito, é um grito, quase um mito.

Sem computador, e chove.
Dor de garganta, porque é assim mesmo. Eu não sei engolir e ai vem e eu não sei onde é que eu coloco ele. Ai pára na minha pobre garganta.
Eu tinha pedido "não solta da minha mão". Juro que pedi. E agora as respirações perdem o fio.
Trilhando um caminho, porque é pra isso mesmo que a gente tá aqui, não é? Então vamos lá, trilhar o caminho. Passos certos, empurrar o chão. Calcanhar primeiro, preste atenção porque esse pé também pertence a você. Trilhar um caminho com você do seu lado.
Às vezes a gente ocupa a cabeça, tipo "mas moço, você é cobrador de ônibus, como não sabe do ponto?" ou "esse cara tá me olhando. Mas ele é da formação e é bom e tem cabelos legais. Cabelos legais. Eu gosto de cabelos legais. O seu cabelo é legal. Boooa, moço dos cabelos legais, bonito cabelo! Sim, moço, eu estava te olhando. Sim, moço. Eu paro, mas é que seu cabelo é tão legal!", ou até os mais sérios "teatro é um jogo que se você não joga dá pra notar. Então, ou se entregue ou caia fora... ", "estilize a própria existência porque ator antes de tudo é artista".
Assim foi, garganta muito inflamada, febre sabe? Daquelas que se sonha com oque não se quer sonhar. Do caminho que foi supostamente apagado, daqueles outros mundos que um dia você teve e lá eu me perco; não sinto minhas pernas, fico vermelha e desaprendo como se faz pra respirar. O passado que passou à um segundo e, minha vontade, ainda raza, de tentar filosofar.





.o olhar, que eu guardo na lembraça e ainda traz a esperança.
 
quarta-feira, março 01, 2006
 
Às vezes eu acomodo, sabe? E não que tenha justificativa mas sabe assim, quando você decidi que quer parar?
O farol abre, fecha, abre, fecha.... Os carros até vêem que você está parada esperando e param, mas na verdade eu não quero atravessar. E não é 'parada esperando', mas só um "abre áspas" apenas lá "fecha áspas". Por isso que eu me encanto tanto com aquela tal Maria Rita. Mania minha. Escapar pela tangente num texto, chamar outro personagem pra história.
O carnaval foi de conforto total. Eu vi que as horas passavam e o tempo de fazer coisas estava terminando, e eu nem liguei. Conforto eu diria, palavra fluente no vocabulário da pequena Kéroly; que adoraria ter mais tempo antes de não ter tempo. Período maior antes de chegar naquela parte do caminho onde 'salve-se quem puder' é o grito de você pra você mesmo.
Sei que as idéias não param de aparecer, numa tela em branco pode-se pintar muita coisa e, que logo-logo, eu não nem vou mais lembrar quando é que foi diferente.




A moça lá da escola pegou o '1984' pra arrumar porque não dava mais pra ler daquele jeito. Mas daí, ela não me devolveu. Ah, moça, tenho um programa de leituras de uma pré-universitária jornalista...
E eu preciso dar cara pra esse blog.

 

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aquela do lugar onde as coisas andavam mais devagar. se mudou e recentemente pega o metrô cheio da linha vermelha.

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