se alojou no meu peito, devagar. e não me deixa nunca mais.
.pois a rosa que se esconde, no cabelo mais bonito, é um grito, quase um mito.
Sem computador, e chove.
Dor de garganta, porque é assim mesmo. Eu não sei engolir e ai vem e eu não sei onde é que eu coloco ele. Ai pára na minha pobre garganta.
Eu tinha pedido "não solta da minha mão". Juro que pedi. E agora as respirações perdem o fio.
Trilhando um caminho, porque é pra isso mesmo que a gente tá aqui, não é? Então vamos lá, trilhar o caminho. Passos certos, empurrar o chão. Calcanhar primeiro, preste atenção porque esse pé também pertence a você. Trilhar um caminho com você do seu lado.
Às vezes a gente ocupa a cabeça, tipo "mas moço, você é cobrador de ônibus, como não sabe do ponto?" ou "esse cara tá me olhando. Mas ele é da formação e é bom e tem cabelos legais. Cabelos legais. Eu gosto de cabelos legais. O seu cabelo é legal. Boooa, moço dos cabelos legais, bonito cabelo! Sim, moço, eu estava te olhando. Sim, moço. Eu paro, mas é que seu cabelo é tão legal!", ou até os mais sérios "teatro é um jogo que se você não joga dá pra notar. Então, ou se entregue ou caia fora... ", "estilize a própria existência porque ator antes de tudo é artista".
Assim foi, garganta muito inflamada, febre sabe? Daquelas que se sonha com oque não se quer sonhar. Do caminho que foi supostamente apagado, daqueles outros mundos que um dia você teve e lá eu me perco; não sinto minhas pernas, fico vermelha e desaprendo como se faz pra respirar. O passado que passou à um segundo e, minha vontade, ainda raza, de tentar filosofar.
.o olhar, que eu guardo na lembraça e ainda traz a esperança.