caminho bordado a fé.
Sinceramente? Eu senti que tudo ia se perder. O fôlego, o emprego, a avó, a paciência, a secura dos olhos. A secura dos olhos é tão presente mas quando eles dão pra umidecer, fode. De verdade, não tem expressão mais exata. Coisas fatais que a fazem chorar: decepcionar alguém que ela ama, falar do processo de desimpossibilitar o teatro e pensar na morte dos avós.
Avós pra mim são a minha recordação mais doce e mais completa de infância. Não são os amigos, nem os primos, nem os irmãos. Porque esses crescem comigo. São os meus avós. Que sempre ficam lá, envelhecer num tempo singular e sempre, SEMPRE, dando algo. Trabalho gostoso esse de ser avó, né não? Sem responsabilidade. Avó já nasce pronta. Não tem como ser prematura.
Na cabeça dela tinha isso; a meta de aceitar o crescimento que vem doído de todos os lados e a leveza. Maldita leveza. Eu noto que ela está. Mas quando eu noto, feito raposa assustada, ela se retira. Dai eu me resguardo também. Ela sai, e a kéroly de dentro, de olho, olha. Difícil ter as duas coisas ao mesmo tempo. Então pára de analisar!
Com os olhos marejados ela olha pro lado, indefesa. Se defender de quê se isso é só vida?