rema.O peso do chaveiro dela é proporcional ao peso que ela carrega nos ombros. Chave da casa da avó, do apartamento de seu pai, de sua casa, do armário do trabalho. Proporcional.
Endireita às costas menina, e se lembra que a coluna te pertence. Teu caminho ainda te pertence, assim como a faculdade, as escolhes e todos os planos que só você pode dizer que são ou não melhores para você.
O décimo nono aniversário. Nunca melhor nem pior. Só seu aniversário, de menina moça que ainda corre pra pegar o metrô na hora certa, que ainda respira fundo olhando a escola de atriz, com lágrimas de incerteza quando lê o cartaz de inscrição pro vestibular, como se um na vida dela já não fosse o suficiente.
Não foi. Ela admite. Recebe mais uma ligação e atende como Carol pra não dar confusão, se irrita quando confudem seu nome fora de uma ligação do bankfone e odeia parecer inconveniente. Teve alguns grandes amores e tem acessos constantes de falta de amor. Acessos constantes de excesso de adrenalina, de vergonha de estupidez.
Pode ser que a maré não vire Pode ser do vento vir contra o cais E se já sinto os teus sinais Pode ser da vida acostumar. Será, pequenaaaa...