o mundo pequeno.
quarta-feira, abril 26, 2006
  dando voz para a "épica".

Retalhos.


.Ela atestou que o medo fica mesmo maior de cima da pedra mais alta. È assim mesmo que funciona. Uma amiga disse pra ela uma vez "cada porta que você abre, é um mundo novo que pode, ou não, pertencer a você". Ela sabia que talvez seu mundo era pequeno e confortável demais para as consequências. Sabia disso, de verdade e do fundo do coração e da alma que já não fazia questão de ser elevada, não encontrava paz, porque teria de aceitar isso?
Difícil, ela achou. Promessas não cumpridas, caminhos tropeçados; logo ela que pensava em se jogar da pedra mais alta. "Não importa, feche essas portas, vai, fecha. Não te pertence. Desce desse morro". Bem mais fácil falar do que pensar. Pensar, prometeu a si mesma que não pensaria. Não pensar. Problema: "não te dizer oque eu penso, já é pensar em dizer". Agita a cabeça, direita-esquerda, direita-esquerda, direita-esquerda. Esquece isso. Vê se esquece.
Dói, dói mesmo, menina. E ela sabia porque doia tanto. Ela admitia agora que admirava tudo que poderia vim a ser aquela queda. Não precisaria de alegria emprestada, sabe? Aquele pulo era dela. Era mais fácil de enxergar do que de chegar.
Saiu andando, ombros baixos, apática. No virar da esquina, deixando a lágrima cair e o caminho para trás, encontrou aquele mesmo velho, aquele de quem sempre teve medo. O velho sabia das coisas, e ele poderia fazer doer mais. Ele a olhou, com olhos cheios de alegria de alguém que nada mais tem nessa vida, e disse "menina, você já sabe". Ela sabia.




Ela sabia, pertenceria a ela (estaria salva). Mas, mesmo assim, se esconderia de novo.
 
terça-feira, abril 25, 2006
  do outro lado da cidade.
ela: tá vendo? não me deu atenção.
ele: eu sei, desculpa. mas eu tenho que ir.
ela: mas mas mas... você não me deu atenção, e se você não quiser ficar comigo, eu não vou querer ficar com você!
ele: eu sei, linda, desculpa.
ela: não quero mais papo
ele: ahh, kéky, que cara horrível que você fez agora. Parece um bolinho de bacalhau.



porque os caminhos não andam sempre juntos. If you would only listen, you might just realize what you're missing. you're missing me.

kéky.
 
domingo, abril 23, 2006
  dissecar. a gente tenta de verdade



é obrigatório, afinal.
vá. não tenha medo de achar, ou perder, você.
 
quarta-feira, abril 12, 2006
  eu vou contar estrelas

. de dentro da janela do ônibus eu vejo o céu com pelo menos 7 cores diferente (amarelo, laranja, vermelho, azul, preto, roxo, branco), mágica. Eu acredito que seja mágica.
Quando a sua cabeça dói, sabe? Pressionada pra baixo? Assim.
O moço que sentou do meu lado tinha um de mim em cada perna e mais um na barriga. Três de mim compactados num cara só, sentado ao meu lado. Porque ele provavelmente, ao meu lado, não se sentia tão anormal. Cabia ele no banco.

A música não se ajeita. Parece até que na trilha sonora da minha vida, o cd de repente deu defeito e parou. Mas é como numa peça que eu não posso sair de cena para ir arrumar. Não posso. Então continuo. Mas sem música perde o compasso e não fica legal. Os sentimentos que fluem dessa música que falta se atrapalham e eu me desespero. Desespero por você, por mim, pelo ônibus, pela velha, pela minha vó. Pobre vó, que não pára nunca.

A cabeça da gente é estranha às vezes. Cansa um bucado.

Do resto? Faço silêncio.
 
quarta-feira, abril 05, 2006
  Durante o almoço (outro daqueles de três gerações)
Minha mãe diz que ratos voam. Sério mesmo. Ela afirma com a mesma convicção que alfguém afirmaria que sabe, por certo, que 2+2 dá quatro. Ela diz que eu tenho que comer mais devagar, mas só diz quando eu já estou terminado de comer.
Já minha vó banca a pobre vó abandonada se eu não cmo a sopa dela, às exatas cinco e meia da tarde. Pergunta porque o cachorro da vizinha late tanto; conversa com meu porquinho da índia, e afirma que um dia a mulher lá do lado vai morrer: "Onde já se viu viver tão triste".

Mãe: Ei acho um absurdo as pessoas não comerem.
Vó: Ahh eu também acho, porque saco vazio não para em pé.
Kéky: Me passa o sal?
Mãe: Eu não sei porque colocar um grampo no estomago pra emagrecer se é pra reclamar de não conseguir comer.
Vó (sussurrando): Mas ela não come por causa do grampo?
Mãe: É. Grampo, clipes, sei lá.
Kéky: Eu não ia querer emagrecer. Me passa o purê.
Vó: Então porque não tira o grampo, ai come.
Mãe: Sei lá, tem gente que gosta de ser triste.
Vó: Morre logo assim. Tem que comer.
Kéky: Porque mesmo que a gente tá sussurrando?
Mãe: Sei não esse lance de casar cedo como ela, acho que o marido dela é ó "(sinal com dedo mindinho e indicador levantados)
Vó: Ele chifra ela?
Kéky: Não vó, ele é gay!
Mãe: Não; quer dizer, não sei exatamente.
Vó: Então ele é gay?
Kéky: Quero mais purê.
Mãe: Ahh não sei não, mas não pode viver assim triste.
Vó: Ahh eunão consigo comer, estou sem fome.
Kéky ..."mas saco vazio não pára em pé".
Mae: Come devagar, Kéroly!!!
Kéky: ..."meu saco tá cheio..."
 

Minha foto
Nome:
Local: São Paulo, São Paulo

aquela do lugar onde as coisas andavam mais devagar. se mudou e recentemente pega o metrô cheio da linha vermelha.

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