dando voz para a "épica".

Retalhos.
.Ela atestou que o medo fica mesmo maior de cima da pedra mais alta. È assim mesmo que funciona. Uma amiga disse pra ela uma vez "cada porta que você abre, é um mundo novo que pode, ou não, pertencer a você". Ela sabia que talvez seu mundo era pequeno e confortável demais para as consequências. Sabia disso, de verdade e do fundo do coração e da alma que já não fazia questão de ser elevada, não encontrava paz, porque teria de aceitar isso?
Difícil, ela achou. Promessas não cumpridas, caminhos tropeçados; logo ela que pensava em se jogar da pedra mais alta. "Não importa, feche essas portas, vai, fecha. Não te pertence. Desce desse morro". Bem mais fácil falar do que pensar. Pensar, prometeu a si mesma que não pensaria. Não pensar. Problema: "não te dizer oque eu penso, já é pensar em dizer". Agita a cabeça, direita-esquerda, direita-esquerda, direita-esquerda. Esquece isso. Vê se esquece.
Dói, dói mesmo, menina. E ela sabia porque doia tanto. Ela admitia agora que admirava tudo que poderia vim a ser aquela queda. Não precisaria de alegria emprestada, sabe? Aquele pulo era dela. Era mais fácil de enxergar do que de chegar.
Saiu andando, ombros baixos, apática. No virar da esquina, deixando a lágrima cair e o caminho para trás, encontrou aquele mesmo velho, aquele de quem sempre teve medo. O velho sabia das coisas, e ele poderia fazer doer mais. Ele a olhou, com olhos cheios de alegria de alguém que nada mais tem nessa vida, e disse "menina, você já sabe". Ela sabia.
Ela sabia, pertenceria a ela (estaria salva). Mas, mesmo assim, se esconderia de novo.