can you ready my mind?
Descobri hoje, tropeçando na estação, que meu problema é bem simples.
Planos. É lógico pra mim, porque eu funciono assim. 'Mas e as expectativas', é desse jeito que eu consigo lidar com elas. Bem ou mal. É assim.
Eu já num sei muito de mim. Sei que do pouco que eu sei, eu preciso de um horizonte. E tropeçando descobri, na minha estupidez, que é fé. Ou a falta dela em mim. Numa das mil discussões no
Lonjura, a gente disse, de um ou outra forma que
fé era acreditar naquilo que não se via, não se conhecia, não se provava, não se confiava. Não é em 'quem' mas no 'que'. É aquela certeza cega que o caminho vai se fazendo no seu caminhar.
Mas caminhar pra onde? Fé é isso. É confiar e ir.
É cegar pra poder melhor enxergar. Então eu desconto a fé que eu não tenho no meu caminho em todos os outros lados da vida. Eu planejo. Porque me dói ver as coisas passando assim, por passar. Porque da minha vida, pouco se faz das possibilidades em potêncial. E eu gosto. Gosto de saber que eu vou acordar quentinha na minha cama 'não sei que horas' mas que quando eu decidir tomar banho e sair eu vou encontrar lá na plataforma um cachecol conhecido. Porque de tudo, tudo que posso fazer nessa minha vida pouca coisa nesse exato momento, eu posso ESCOLHER. Eu quero saber que eu posso pegar na mão de alguém quando eu chegar, cega, do outro lado da linha.
O fato de que eu preciso de um plano não inviabiliza meu fechar de olhos. Eu só quero saber se tem uma mão lá. Porque, nesse momento, minha fé não tá certa de si, e toda corda é bamba pra quem tem 19 anos e mais 9 de adolescência pela frente.
E não é como se eu não entendesse. Eu entendo o conceito do cegar. E do confiar. Mas nem chega nisso. E só ela e o jeito dela de tentar ser mais completa. E a fé me faz falta. Porque cegar é bom. E eu tô procurando. Mas enquanto ela não vem, eu vou procurar um lugar pra firmar o olhar.