Durante o almoço (outro daqueles de três gerações)
Minha mãe diz que ratos voam. Sério mesmo. Ela afirma com a mesma convicção que alfguém afirmaria que sabe, por certo, que 2+2 dá quatro. Ela diz que eu tenho que comer mais devagar, mas só diz quando eu já estou terminado de comer.
Já minha vó banca a pobre vó abandonada se eu não cmo a sopa dela, às exatas cinco e meia da tarde. Pergunta porque o cachorro da vizinha late tanto; conversa com meu porquinho da índia, e afirma que um dia a mulher lá do lado vai morrer: "Onde já se viu viver tão triste".
Mãe: Ei acho um absurdo as pessoas não comerem.
Vó: Ahh eu também acho, porque saco vazio não para em pé.
Kéky: Me passa o sal?
Mãe: Eu não sei porque colocar um grampo no estomago pra emagrecer se é pra reclamar de não conseguir comer.
Vó (sussurrando): Mas ela não come por causa do grampo?
Mãe: É. Grampo, clipes, sei lá.
Kéky: Eu não ia querer emagrecer. Me passa o purê.
Vó: Então porque não tira o grampo, ai come.
Mãe: Sei lá, tem gente que gosta de ser triste.
Vó: Morre logo assim. Tem que comer.
Kéky: Porque mesmo que a gente tá sussurrando?
Mãe: Sei não esse lance de casar cedo como ela, acho que o marido dela é ó "(sinal com dedo mindinho e indicador levantados)
Vó: Ele chifra ela?
Kéky: Não vó, ele é gay!
Mãe: Não; quer dizer, não sei exatamente.
Vó: Então ele é gay?
Kéky: Quero mais purê.
Mãe: Ahh não sei não, mas não pode viver assim triste.
Vó: Ahh eunão consigo comer, estou sem fome.
Kéky ..."mas saco vazio não pára em pé".
Mae: Come devagar, Kéroly!!!
Kéky: ..."meu saco tá cheio..."