eu vou contar estrelas

. de dentro da janela do ônibus eu vejo o céu com pelo menos 7 cores diferente (amarelo, laranja, vermelho, azul, preto, roxo, branco), mágica. Eu acredito que seja mágica.
Quando a sua cabeça dói, sabe? Pressionada pra baixo? Assim.
O moço que sentou do meu lado tinha um de mim em cada perna e mais um na barriga. Três de mim compactados num cara só, sentado ao meu lado. Porque ele provavelmente, ao meu lado, não se sentia tão anormal. Cabia ele no banco.
A música não se ajeita. Parece até que na trilha sonora da minha vida, o cd de repente deu defeito e parou. Mas é como numa peça que eu não posso sair de cena para ir arrumar. Não posso. Então continuo. Mas sem música perde o compasso e não fica legal. Os sentimentos que fluem dessa música que falta se atrapalham e eu me desespero. Desespero por você, por mim, pelo ônibus, pela velha, pela minha vó. Pobre vó, que não pára nunca.
A cabeça da gente é estranha às vezes. Cansa um bucado.
Do resto? Faço silêncio.