amor eterno.
Dizem que depois de um tempo as recordações viram memórias. Não lembranças. Não são mais lembradas, se você quiser voltar até lá, você tem que ir até sua memória e acessar, lá no fundo, oque já foi. Tipo, lembra como se calculava um logarítmo? JUSTAMENTE.
A real é que do último ano pra cá eu já
reinventei a minha forma de ser algumas vezes. Sempre girando em torno da mesma kéroly, que quer fazer teatro, que é confusa, parte de um histórico deliciosamente bagunçado, trabalhando num lugar estranho. Essa kéroly foi crescendo. Ou amadurecendo. Achava que amadurecer era uma expressão ruim, semelhante a envelhecer, mas não é.

Ela ficou mais madura até nos erros infatis que presta a si mesma.
Até nas escolhas, até nas permissões que ainda se propõe a ter, essas que nem sempre são boas. E essa margem de erro que me fazia talvez um pouco mais bagunçada, foi me fazendo ser assim, mais eu.
Então eu me firmo. Eu fico e me sustento aqui, mesmo que doa ser daquele menino distante, daquele trabalho entediante, daquela família em caos eu me sustento. E banco a vida que a vida proporcionou pra mim. Porque agora, é ela que eu tenho que ter.
'Eu ando em frente por sentir vontade', disse bonitamente Marcelo Camelo e o mesmo, na mesma música, recolocou: 'caminho em frente pra sentir saudade'. É isso. A gente junta a vontade pra partir
para um novo ponto,
a necessidade com outro pra deixá-lo, com carinho, pra trás. E pra trás de mim não ficou nada, além da covardia.
Agora aqui só tem coragem.
Feliz 20 anos.