"FAZ TEMPO que eu não vejo ela MAIS"
Dócil: Fácil de ser ensinado, de conduzir, de guiar. Docilidade.
Não é que seja dificil ser assim como você. Difícil mesmo é se perder no ato de decifarar você. Não que seja difícil manter a pose de menina agitada-desconsertada, não é. Difícil mesmo é agir tanto do lado de dentro. Esse lado de dentro é sempre mais complicado.
Você pode não notar mais você frequenta muito mais o mundo de fora, e é fato. Lá ninguém te conhece, você cantarola feliz ou dá um sorriso de canto e boca e pronto, está completo. Mas custuma ser assim como uma armadura corpo. Circulada por um envolto de titânio (revestido de chumbo) o disfarce é o personagem. Aquele que eu queria ser o tempo todo. Aquele que nunca volta atraz (com "z" só para ficar expressamente conectado com atraZo/traZer).
Tem uma hora que as cores se misturam e você não sabe mais pra que essa necessidade de aprovação alheia. Como se dentro de você morasse alguém que, quando você pensa "iei! está correto", te dissesse: "é, não". Com tom ironico e sarcástico da pessoas mais irônica e sarcástica que você conhece. Pense nela. Agora imagine ela opinando em tudo que você deseja fazer. É quase isso.
Não é que sua vida seja um titanic prestes a afundar no final só porque você está perto, seja dentro ou não, daquela maldita adolescência onde automaticamente você fala latim perto das pessoas. Não é isso, mas acho que é essa coisa de mudar muito rápido. Ou de situações corriqueiramente naturais que chegam nesses momentos de mudança rápida. Perde-se a docilidade, deixa de ser um cão adestradamente educado (não por ser imposto, mas por ser cão-lady) para virar vira-lata. Aquele mesmo que não obedece ninguém. Sem motivos para não, sem motivos para sim.
A conclusão é que eu viveria só no lado de fora as vezes. Lá é muito mais fácil, lá eu chego cantando e encanto os corredores.
Porque você pode ser você, disfarçado de outra coisa.