primavera quer entrar.
O dia amanheceu com névoa no ar. Gosto de dia que não acaba, nascendo de novo. Gosto do velho na memória que lembra sorrindo, por ser agora novo e estando aqui. Como quem nunca foi tão encantada, como quem nunca ficou assim, tão em paz. O mundo que ficou lá fora foi esquecido e o paralelo se fazia presente no aguçar dos sentidos já aguçados e encantados pela batida nova do coração que batia num ritmo quente, doce e melódico.
A música que embalava cada suspiro vibrava na mesma nota dos dois que alí estavam entendendo porque é tão especial ser de alguém. As frases que são quase completadas, a paz que fica presente como uma sensação de alívio constante, a parte nada perfeita. Tudo aquilo que não era perfeito fez sentido, completo do jeito imperfeito que é. Como quem foi lá fora mas deixou metade de sí lá dentro, os pequenos corações sentiam o canto doce do sentimento que parecia o "andar nas nuvens" do começo da relação. Dois em um. E, deles, só poderia ser mesmo assim, engraçado e atrapalhado.
A mão que procura a outra quando em público, trocou-se pela baco que procurava a outra como compania dentro daquilo que parecia sonho. Não por ser bonito, mas por ser assim, deles. Funciona assim. Um bloco à mais naquela casa construida e estabelecida a cada dia. É o acordar do lado quererendo que a madrugada perdure. É a não necessidade de estar sempre do lado, e sim a necessidade de sentir aqui, junto.
A chuva que embala calma, embalou a sensação de que tudo aconteceu no ritmo mais natural. Aquele ali do lado não era mais 'aquele ali do lado'. Era aquele que era assim, coisa daqui do lado de dentro. Que completava, juntava e encaixava.
. when all I want, is you.