Para ele.

Pedaços de mim. Os que são meus, aqueles dos quais a gente não se livra porque são nossos, e aqueles que nós seguramos com a gente. Eu não sei se estou disposta a me conhecer por inteiro. Tenho um pouco de medo do que eu posso vir a ser. Medo do que cresce aqui dentro, naquele canto pro qual eu nunca olhos, e no qual eu nunca jogo luz. Temo pelos mil planos ingênuos de alguém que quer acreditar que tudo há de ser perfeito.
Então peço encarecidamente que me pegue no colo. Peço as palavras doces e os olhares mais insinuantes. Peço mais que um amante ou um príncipe. Quero uma pessoa doce e intrigante. Com a qual eu não preciso nada mudar, nem em mim nem em você. Dos meus conflitos mais internos,
faço silêncio e pra ser nosso o silêncio mais completo.
Não quero que repare no meu cabelo, ou que entenda qual é a minha identidade, quero apenas que deite-se assim, ao meu lado, pronto para as melhores cinco horas de conversa, assim de coisas aBsurdamente desconexas. Não precisa me trazer um milk-shake de ovomaltine. Me traz um bombom que eu já fico feliz, mas se quiser me trazer um topsunday eu topo.
Não precisa reparar que eu tenho olheiras, ou notar que a cor do elástico do aparelho é diferente porque é a ultima vez que eu coloco elásticos. Não precisa nem me perguntar se eu já comi, ou se eu estou de tpm. A responsa é não, e eu não quero mais falar sobre isso. Quero uma xicara de café quente, uma dança que não precisa necessariamente sair do lugar.
Mas, se porventura, você puder me trazer um raio de sol, eu abro mão do topsunday, mas não da dança.
Traga palavras bonitas, que não precisam rimar ou fazer sentido. Só precisam
pertencer a mim, se elas rimarem será apenas mais bonito. Só. Daí eu já não terei mais motivos para querer outra coisa além de ouvir suas palavras doces.
Traz a nossa melodia.