Assim, de súbito, o céu seria roxo com rosa e laranja, choveria a chuva mais linda do dia mais abafado da forma mais refrescante que uma chuva pode ser. Lavaria e os levaria, assim com as franjas molhadas, o braço arrepiado e os sapatos alagados, a se aproximarem passo por passo. O cenário seria esse, aqui da rua de trás, com uma porta para o "pra sempre" na esquina, com um cachorro sorrindo de forma marota, o céu saltitando de felicidade em relâmpagos que acenderiam o céu de baunilha, e um anjo de lado chorando uma lágrima bonita com teor de "missão cumprida". Voltando á foto, os sapatos que se aproximam, ela de chinelos e ele de tênis, ela com a jardineira verde musgo (que afinal ressaltava os olhos e as bonitas pernas), ele de bermuda com a camisa xadrez velha de sempre (afinal, era o ele de sempre). Ela de rosto pra baixo e ele o mesmo. Olharam-se como se no olhar o suspiro saisse em gritos estridentes de agonia, ela tremia, ele sorria. Ele levantou o queixo dela, ela arrumou as franjas dele. Gotas. Vento. Ela ergueu os braços, enrolando-os naquele pescoço longo, ele fez o mesmo em sua pequena cintura e a puxou pra junto, levantando-a do chão, e num abraço, se encontraram.
Mas na foto, mesmo, só apareceram os pés, pontas grudadas e o joelho dele um pouco dobrado. "Ele é alto", ela pensou. "Ela é linda", ele sussurrou pra si mesmo.
¶ 11:38 PM
Comentários:
Ai...ai...Foi exatamente assim que eu conheci o Alberto. Exatamente. aiii porquinho...