cold.
Eu me resguardo de muita dor.
Simplesmente assim. Nunca liguei pra minha família falando que eu era magrela. Se eu ligasse ficaria triste, logo, não ligava. Não ligo para os meus tropeços no meio da faculdade, para os meus passos descompassados ainda pro ônibus, porque se eu ligasse eu sentiria.
Da vergonha mais banal até a faqueza mais

dolorida, às vezes eu apenas abstraio. Visto meus fones de ouvido e uso aquela outra de mim que eu carrego comigo para o caso de precisar.
Coloco ela no lugar dai eu não me importo com as notas ruins, com os fracassos dos planos futuros mal decididos, porque com ela eu não ligo pra nada. Ou quase nada.
é um jeito de me livrar de mim. E do peso que eu resolvo, por eu mesmo e mais ninguém, carregar nas costas.
Nem com a estréia do Sátyros eu to me importando, porque quando começar vai ser intenso demais para aquela garganta que finge não saber do risco gostoso que é entrar em cena de novo. Eu só finjo que não é comigo.