com você, ela bem é silêncio. se força a formular palavras que recheam a teoria que já formou na cabeça à seu respeito. ela é tão fria, e tão descrente a teu respeito que mal não faria calar. e cala. cala pra não se ferir com as palavras que cortam a garganta ao descerem pra laringe e chegarem, em explosões, ao estômago.
aspira o cigarro, gritante, pra não gritar o que já não sabe se gritaria, se pudesse. gritar pra quê? a falta de força dela, em relação a tudo que chega de encontro a ela que te diz respeito, vomita pro vento na fumaça daquilo que ela nem quer, e nem gosta de fumar. você.
porque você é quase deus. que vem pra dizer a ela que as coisas não fazem sentido, não criam sentenças, que formam palavras. que tudo que há pra se apegar nesse mundo, em forma de expressão, é completamente dispensável.
' o deserto da espera já cortou os fios'. desatados, os nós que pairam dentro dela, se acumulam e se esgotam.